WhatsApp
Voltar

ESPECIALISTAS CONSIDERAM QUE BRASIL VIVE MOMENTO ÍMPAR PARA EXPANDIR COMÉRCIO EXTERIOR E FORTALECIMENTO DOS PORTOS É ESSENCIAL



Especialistas consideram que Brasil vive momento ímpar para expandir comércio exterior e fortalecimento dos portos é essencial

O III Seminário Nacional e I Internacional do Portos Brasileiros – Desenvolvimento, Inovação e Sustentabilidade dedicou um painel para discutir a sustentabilidade e o financiamento da infraestrutura no Brasil e seus impactos no setor portuário. Para o professor e economista Marcos Troyjo pontuou que, embora o mundo viva um cenário de policrise, o momento é ideal para que o Brasil consiga recursos para ampliar a estrutura portuária, avançando em eficiente e competitividade. Em contrapartida, o vice-presidente do grupo de trabalho da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Parceria Público Privada (PPP), Ziad Alexandre Hayek, afirmou que um dos caminhos é enxergar a PPP como instrumento de transformação. 

Ambos debateram estratégias que podem auxiliar o Brasil a avançar em um dos entraves ainda existentes, que consiste na estruturação robusta da infraestrutura logística, principalmente no que diz respeito aos portos. O painel foi mediado pela professora e pesquisadora Natascha Schmitt. 

Troyjo apontou que em que pese haja uma guerra entre Rússia e Ucrânia, o mundo tenha passado pela pior crise sanitária desde a gripe espanhola e o acirramento entre Estados Unidos e China tenha se acentuado, há uma perspectiva de aumento da população, o que exigirá mais comida e o Brasil tem todas as potencialidades para expandir sua produção e se tornar o grande fornecedor do mundo. Mas para isso, precisa investir em infraestrutura. Essas previsões que é facilitam a atração de recursos, inclusive estrangeiros. Mas para isso, alerta Troyjo, é necessário estruturar bons projetos. 

“Em 2021, 2022 e 2023 o Brasil foi terceiro maior em investimento estrangeiro na economia. Oportunidade espetacular. Se tudo isso é verdade, como multiplicar nossos benefícios a enésima potência? Onde estão os projetos? Se os projetos existem, onde está a visibilidade global deles, como estabeleceremos oportunidades? Hoje há um ecossistema no mundo favorável a atração desses recursos para o Brasil. O comércio exterior é visto como trampolim para o desenvolvimento e portos estruturados são importantes para isso”, sinalizou.

Ziad Hayek alertou que o crescimento precisa observar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Hayek explica que a sustentabilidade não passa apenas pela preocupação com a questão ambiental, mas também com o planeta, com as pessoas, com a prosperidade, a paz e as parcerias. E é nesse contexto que defende que as Parcerias Público Privadas precisam ser enxergadas como uma ferramenta de transformação e não somente como uma ferramenta para compras públicas. 

“Se olharmos a PPP, temos menos de 300 projetos por ano. Podem ser portos, aeroportos, outras partes de infraestrutura. Claramente não é suficiente para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). O que precisamos investir como comunidade global são 10 trilhões de dólares por ano em infraestrutura que ajudem a atingir esses ODS. Estamos longe disso. Temos um planeta de infraestrutura cada vez mais velha, não conseguimos manter a existente, não conseguimos construir nova. Precisamos decidir como gastar dinheiro, mais em portos ou em estrados que já tem buracos e precisam de manutenção”. 

O vice-presidente do grupo de trabalho da ONU sobre PPP afirmou que para avançar no número de PPPs é preciso ir ao nível local. Isso significa dizer que em nível de governo, as unidades de PPP precisam pensar menos em projetos e mais em programas. Assim como convoca uma mudança de pensamento em relação as PPPs, Hayek também acredita que os portos devem ser vistos de maneira diferenciada. 

“Eu encorajaria todos no mundo, no Brasil, a pararem de olhar portos como ferramenta para apenas utilidades de logística. É preciso pensar como uma ferramenta para criar algo necessário, como uma ferramenta de desenvolvimento, de fomento social, urbano, econômico, essenciais para atingir os ODS. Os portos não estão sob os ODS, mas acima dos ODS. Eles devem ser tratados dessa maneira. É preciso ter uma abordagem diferente para investir em portos e isso faz sentido para mim”. 

O Seminário foi uma promoção da Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (ABEPH) e realização da Academia Brasileira de Formação e Pesquisa (ABFP). Curitiba sediou o evento, no Museu Oscar Niemeyer e contou com a participação da comunidade portuária, acadêmica, jurídica e integrantes do setor público e privado.

Nós usaremos cookies para melhorar e personalizar sua experiência.